sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Investimentos turbinados

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02/09/2011

Protocolos assinados com o governo mineiro preveem recursos de R$ 70 bi no estado nos próximos anos. Região Central é a que mais atrai negócios, especialmente no setor mineral

Desde que os primeiros colonizadores portugueses pisaram nas reluzentes terras de Minas Gerais, o estado é reconhecido pelas riquezas minerais de seu solo. Não é à toa que 75% dos investimentos anunciados neste ano, até agosto vêm das indústrias de mineração, siderurgia e metalurgia – dos 17,2 bilhões previstos até agora, R$ 12,9 bilhões são provenientes do setor. Além das riquezas naturais, a localização estratégica e a formação de cérebros são características que tornaram o estado de Minas Gerais um dos mais atraentes para novos investimentos no país.

De janeiro de 2010 até meados de agosto, já foram assinados 263 protocolos de intenção com o governo de Minas, que representam valores da ordem de R$ 70 bilhões, segundo levantamento exclusivo do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi) para o Estado de Minas (veja quadro). Com as indústrias e projetos a pleno vapor, mais de 78,8 mil empregos diretos e 168 mil indiretos devem ser criados. Segundo estimativas da Federação da Indústria de Minas Gerais (Fiemg), entre 2010 e 2015, o montante previsto chega a R$ 125 bilhões. “Somente a vantagem que Minas Gerais tem na cadeia minero-metalúrgica soma R$ 97 bilhões de investimentos nesse período”, estima Guilherme Velloso Leão, gerente de Economia da Fiemg.

A região do estado que mais tem motivos para comemorar os novos aportes é a Central. Somente ali, os projetos anunciados somam R$ 12,3 bilhões – 62% do volume total anunciado em 2011 –, sendo a maioria esmagadora de R$ 12 bilhões, provenientes da indústria extrativa mineral. Somente a MMX já assinou protocolo com previsão de investimentos de R$ 4 bilhões em São Joaquim de Bicas.

Mas em 2010, a atividade que inspirou o nome do estado chegou a ser responsável por 89% de todos os empreendimentos – mais de R$ 47 bilhões dos R$ 52,9 bilhões previstos para os aportes foram destinados à exploração mineral. A redução do percentual de 89% em 2010 para 62% do total dos investimentos neste ano mostra a caminhada de Minas rumo à diversificação.

É cada vez maior o desembarque de recursos voltados para as indústrias de alimentos, papel e celulose, energia e até cosméticos nas terras onde reinam as minas. Para ter ideia, durante 2010 foram previstos R$ 113 milhões em investimentos no setor de biotecnologia e fármacos – voltados cosméticos. Nos últimos oito meses, já são R$ 154 milhões.

“O estado é identificado pelas commodities dos minerais metálicos e não metálicos e agronegócio. Mas embora poucos mineiros saibam, a indústria cosmética também leva o nome de Minas para o exterior”, garante Leonardo Scarpelli, diretor de International Business do World Trade Center de Belo Horizonte (WTC BH).

E os setores de destaque não param por aí. “O estado possui uma indústria que evolui para a diversificação, inclusive em setores de maior intensidade tecnológica”, pondera Velloso. Novas fábricas como a da Alpargatas, no Triângulo Mineiro, Panasonic, no Sul e Caterpillar, na região Central, são apenas alguns dos exemplos que traçam o mapa de diversificação dos investimentos no estado.
Estado de Minas

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