sexta-feira, 4 de março de 2011

Minério puxa retomada.

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04/03/2011

A recuperação da indústria extrativa depois do tombo sofrido com os efeitos da crise financeira mundial, em 2008 e 2009, já teria sido insuficiente para o setor servir como alavanca da expansão da economia brasileira em 2010, mas a farta correção dos preços das chamadas commodities minerais no mercado internacional também ajudou. Juntos, esses dois fatores, impulsionados pelo desempenho excepcional do minério de ferro, explicam o crescimento de 15,7% da exploração mineral no país, incluídos petróleo e gás, no ano passado, portanto mais que o dobro do avanço de 7,5% do PIB.

A temida China teve tudo a ver com a boa performance da mineração no Brasil, que alimenta a construção de prédios, pontes e metrôs no amplo programa de urbanização do gigante asiático. Os chineses ampliaram suas compras de produtos minerais extraídos no Brasil, sobretudo o ferro, em 62% no ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), além dos volumes maiores produzidos em 2010, os preços das chamadas commodities minerais subiram 30%, em média.

Só a exportação de minerais (excluídos petróleo e gás), somou US$ 31 bilhões em 2010, ainda de acordo com o Ibram, ante US$ 15 bilhões no ano anterior. Segundo o economista André Reis, coordenador do Ibram Amazônia, sediado em Belém do Pará, o minério de ferro participou com US$ 28,9 bilhões na receita de vendas externas do setor. “Esse bom resultado tende a se repetir, com a perspectiva de aumento de preços neste ano de diversos minerais, entre eles o minério de ferro, ouro, cobre e níquel”, disse.

MINAS O desempenho invejável da indústria extrativa se ampara numa espécie de âncora em Minas Gerais, estado que detém 35% da produção mineral brasileira. Na exploração da vedete do PIB, o minério de ferro, as reservas de Minas respondem por 75% do total produzido. Terras mineiras também garantem ao redor de 80% do ouro industrial extraído no país, 100% do zinco e 95% do nióbio, o metal nobre usado na indústria aeroespacial e de medicina de alta tecnologia.

Os números do IBGE também não surpreenderam José Fernando Coura, presidente do Sindicato da Indústria Extrativa do estado (Sindiextra). “Novos projetos estão sendo implantados e a demanda mundial continua aquecida”, afirma. O Ibram estima em US$ 62 bilhões o volume de investimentos da indústria da mineração no Brasil até 2015.
O Estado de Minas

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