segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Belo Monte: entrada da Vale no consórcio da hidrelétrica pode Agnelli a se manter na presidência.

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[ 28/02/2011 ] [O Globo - Online - Plantão ]
O presidente da Vale, Roger Agnelli, pode voltar a ganhar o status de parceiro estratégico do governo, caso a mineradora entre no lugar do grupo Bertin na hidrelétrica de Belo Monte. O empreendimento é considerado uma obra prioritária pela presidente Dilma Rousseff. Por isso, um reposicionamento da Vale na condição de sócia do consórcio Norte Energia pode selar um destino diferente para Agnelli, cujo mandato vence em meados deste ano.
Por falta de recursos, o Bertin anunciou na semana passada sua saída da hidrelétrica, que será erguida no Rio Xingu, no Pará. O governo passou a buscar um sócio para entrar rapidamente em seu lugar, de forma a não atrasar o cronograma de Belo Monte ou serem revistas as condições de financiamento do BNDES. Além da Vale, entraram na disputa o grupo Gerdau - que pode até mesmo formar uma dupla com a mineradora, segundo especulação nos bastidores do governo - e o conglomerado de Eike Batista.
O diretor de Exploração Mineral e Energia da Vale, Eduardo Jorge Ledshan, confirmou nesta sexta-feira interesse da empresa em participar da construção da usina. A entrada seria no grupo de autoprodutor no lugar da Gaia (do grupo Bertin), que detinha 9% do negócio. Segundo o executivo, o assunto está sendo avaliado técnica e economicamente pela empresa, e a definição de uma posição deve ser comunicada "nas próximas duas semanas". A hidrelétrica de Belo Monte será a terceira maior do mundo, com capacidade de 11.230 megawatts (MW). A obra, orçada em mais de R$ 30 bilhões, terá R$ 16 bilhões do BNDES. A primeira parcela do financiamento do banco estatal de R$ 5 bilhões deve ser liberada no início das obras.
Se a Vale for bem-sucedida, reconhecem interlocutores da presidente Dilma, aumentaria muito a boa vontade com Agnelli, que ficou com a imagem desgastada junto ao governo após o adiamento de investimentos e as demissões, no início de 2009, ainda na gestão Lula, com o agravamento da crise financeira global.

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