quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Vale investe US$ 3 bi em eixo de expansão no Norte.

24/02/2011


O Norte do Brasil vai garantir a maior parte do crescimento da Vale na produção de minério de ferro nos próximos cinco anos. Para escoar a produção, a empresa vai enfrentar grandes desafios logísticos e terá de investir pesado na ampliação da infraestrutura existente, incluindo mina, ferrovia e porto. O aumento da capacidade de movimentação do minério de ferro, das 115 milhões de toneladas previstas em 2011 para 150 milhões de toneladas no ano que vem, vai exigir investimentos de US$ 3 bilhões, mas o desembolso total, na ampliação da logística do sistema norte, poderá chegar a US$ 7 bilhões a longo prazo. No fim de 2014 a previsão é de que o sistema norte da Vale movimente 230 milhões de toneladas.

Para garantir o crescimento e evitar gargalos que possam surgir com o aumento da demanda, em especial da China, como já ocorreu no passado, a Vale iniciou obras de duplicação da Estrada de Ferro de Carajás, de 892 quilômetros, que leva o minério das minas no Pará até o terminal marítimo de Ponta da Madeira, que a empresa tem em São Luís (MA), onde as obras para construção de um quarto píer estão bastante adiantadas.

Eduardo Bartolomeo, diretor-executivo de operações integradas da Vale, diz que em cinco anos a companhia produzirá no sistema norte um volume adicional semelhante ao que levou 25 anos para produzir naquela região. O primeiro trem de minério partiu de Carajás em janeiro de 1985 e, no ano passado, o sistema atingiu produção de cerca de 110 milhões de toneladas. Os números precisos sobre o ano passado serão conhecidos hoje, quando a mineradora apresentar os resultados consolidados de 2010.

A Vale reuniu sob a mesma gestão, na diretoria de operações integradas, os sistemas de mina, ferrovia e porto. A base de ativos operada por essa diretoria representou mais de 80% do faturamento da companhia no terceiro trimestre do ano passado, de US$ 14,5 bilhões. Corredores com maior integração logística entre porto e ferrovia representam redução de custos.

Cadeias logísticas não integradas no segmento de granéis, excluindo o minério, geram custos adicionais que chegam a US$ 740 milhões por ano, valor suficiente para construir um novo porto no Brasil, diz Bartolomeo. O executivo afirma que a Vale começou a planejar, há três anos, as obras que hoje estão em plena execução e que devem ganhar força até 2015. Após essa data, a companhia estuda alternativas logísticas para o escoamento da produção no sistema norte.
Valor Econômico

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