sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Demanda por crédito está aquecida.

[ 25/02/2011 ] [Valor Econômico - On Line / Impresso - - ]
A demanda das empresas por crédito continua aquecida para investimentos na ampliação de plantas industriais e modernização de parques fabris, afirma Allan Simões Toledo, vice-presidente da área internacional e de atacado do Banco do Brasil. Já as linhas internacionais estão aquecidas, principalmente na área de comércio exterior. Ele diz que há muita demanda também para capital de giro com prazo médio de dois anos, com taxas em torno de 125% do CDI. No financiamento a infraestrutura o BB opera com financiamentos de seis a 14 anos.
 
 
"Em função disso o banco tem feito captações de longo prazo, estimulado pelo governo que vem adotando diversos mecanismos para aumentar o funding de longo prazo. Um exemplo foi a capitação de 750 milhões de euros fechada em janeiro. A nossa expectativa é que o mercado siga crescendo. Estamos dobrando a área de operações estruturadas e reforçando a área de mercado de capitais, onde tivemos 70 operações em 2010", diz Toledo.
 
 
Em 2010, mesmo com a forte atuação do BNDES no crédito direcionado, os principais bancos que operam com linhas de crédito livre para grandes empresas - faturamento acima de R$ 300 milhões, experimentaram um forte aquecimento. Com taxa de crescimento próximo a média de 20,5%, o segmento protagonizou no ano um alongamento dos prazos das operações e queda nos spreads.
 
 
O perfil da demanda se concentrou em crédito para capital de giro, comércio exterior e operações estruturadas e de financiamento a projetos, além de empréstimos ponte nas linhas de repasse do BNDES. O mercado de capitais também esteve aquecido com forte demanda para emissão de debêntures e de bônus com prazo médio de dez anos e demais emissões de dívida.
 
 
"Todo mundo está tratando de alongar dívida e o risco Brasil está muito bom. O mercado de bônus foi muito ativo em 2010 e empresas com bom rating como Petrobras, Votorantim e Vale não tiveram dificuldades em captar. Em 2010, o mercado de bônus foi mais ativo que o de crédito. Esse cenário deve continuar em 2011, porque os reguladores estão discutindo um controle mais forte da liquidez, o que deve encarecer o crédito e o bônus será uma boa alternativa", destaca Luis Basire, presidente do PNB Paribas, que tem como principal especialidade o financiamento em dólar e euro.
 
 
Segundo ele, as emissões em euro eram limitadas, mas esse mercado foi reaberto em 2010. "Somente para a Vale fizemos uma emissão de 750 milhões de euros e outra emissão de 750 milhões para o Banco do Brasil. "
 
 
Em uma das operações, liderou junto com o HSBC o crédito sindicalizado para a Embraer para um financiamento de US$ 1 bilhão em dez anos. Para a Odebrecht Oil and Gas fechou uma operação de R$ 1,2 bilhão. O banco participou ainda de outras operações sindicalizadas. Segundo Basire, com a anunciada redução do BNDES no crédito direcionado para estimular a captação das empresas no mercado privado, a demanda por financiamento a projetos vai crescer. O desafio é que os bancos vão ter que buscar recursos de longo prazo e encontrar novas formas de financiamento.
 
 
Operando no país desde 2009, o Caixa Geral do Brasil concedeu no ano passado US$ 1 bilhão (em reais e em dólar). Para este ano, espera crescer 50% com um enfoque maior em créditos em moeda local para poder contabilizar no balanço local. Entre as operações fechadas em 2010 está o financiamento aos parques eólicos da espanhola Elecnor, no Nordeste; um crédito à exportação numa operação sindicalizada com o HSBC e o BBVA no valor de US$ 150 milhões, com prazo de cinco anos, para a Braskem e uma operação bilateral com a Vivo no valor de US$ 150 milhões, entre outras operações. O banco recebeu autorização e em janeiro passou a operar com linhas de repasses do BNDES. A instituição também esteve ativa no mercado de capitais em operações como a emissão de bônus de US$ 750 milhões distribuída na Europa para o Grupo Votorantim em que atuou como co-manager.
 
 
"A expectativa é que haja uma grande atividade nos dois mercados, tanto nas operações estruturadas de crédito quanto nas que envolvem o mercado de capitais com emissão de debêntures e acesso ao mercado de ações. Já estamos com dois mandatos de IPO para 2011", diz Deborah Vieitas, presidente do banco.
 
 
O Santander opera com empresas com faturamento acima de US$ 1 bilhão na divisão global banking market, que conta com duas áreas: uma para empréstimos locais e outra para comércio exterior. A primeira oferece crédito para capital de giro e operações estruturadas de longo prazo e emissão de debêntures via 476, além de cédulas de crédito bancário. Clóvis Iketa, executivo sênior, diz que 2010 foi marcado por um alongamento do prazo das operações que estão em torno de cinco anos. "Este ano, o mercado continuará crescendo, porque o volume de importações e exportações está crescendo e o montante de investimentos estão em expansão. Os valores e os prazos dos financiamentos serão maiores e o spred, que caiu em 2010, pode se estabilizar."                   www.simineral.org.br

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