terça-feira, 10 de maio de 2011

EldoradoGold investe US$ 470 milhões em produção no Pará

www.simineral.org.br

10/05/2011
 


Primeira a chegar a Tapajós, companhia vai explorar a mina Tocantinzinho, no município de Itaituba

O entorno do Rio Tapajós, oeste do Pará, é apontado como nova fronteira do ouro no país. Não à toa, a região recebeu 2 mil autorizações para a instalação de lavras de garimpo em2010. O número alto, contudo, não significa possibilidade de ganhos rápidos aos garimpeiros como ocorria em Serra Pelada nos anos 1980. “No Tapajós, a mineração é mais complexa por causa da geologia. Isso exige ajuste tecnológico”, diz o geólogo Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), Mathias Heider. Segundo ele, tecnologia não é o forte do garimpo e essa deficiência abre espaço para a indústria mineral.

A canadense EldoradoGold é a primeira a chegar em Tapajós. A mineradora vai explorar Tocantinzinho — mina localizada no município de Itaituba —, comprada por US$ 120 milhões da BrazauroResourcesno ano passado. “O investimento na implantação da mina será de US$ 383,5 milhões”, afirma Lincoln Silva, presidente da Unamgen Mineração e Metalurgia, subsidiária da EldoradoGold no Brasil.

O valor da negociação poderá chegar a US$ 468,7 milhões, adicionando o capital de giro inicial (US$ 20,55 milhões) e o investimento na compensação ambiental do projeto (US$ 64,6 milhões). “Estamos com o licenciamento ambiental bastante adiantado. Esperamos iniciar a implantação no terceiro trimestre de 2012”, diz Silva.

Tocantinzinho é uma mina aberta e isso facilita a meta da EldoradoGold de produzir anualmente 159 mil onças troy de 31,1 gramas. A empresa vai processar 4,4 milhões de toneladas de minério por ano para extrair 1,25 gramas a cada mil quilos de rocha triturada. A recuperação estimada no processo é de 90,1% do ouro contido por tonelada. Para esse processo de retirada do ouro, US$ 81 milhões serão destinados à infraestrutura, incluindo pavimentação de 100 quilômetros de estrada para escoar a produção. O abastecimento de energia será feito por meio de rede própria de transmissão com 200 quilômetros, pela qual passarão 25 megawatts necessários para operar a mina nos 11 anos de duração do projeto.

A estimativa é produzir 1,78 milhão de onças entre 2014 e 2025, com custo operacional de US$ 559 a cada 31,1 gramas. A expectativa é vender a onça por US$ 1,25 mil. “Até US$ 1 mil, há viabilidade.Mas US$ 1,5mil seria ótimo”, diz Silva. Para Alexandre Rangel, analista da Ernest & Young Terco, o ouro deve sofrer leve queda junto com outras commodities. “Mas acho difícil voltar a um patamar muito abaixo do atual.”

A EldoradoGold operou a mina São Bento em Santa Bárbara (MG), de 1996 a 2008, quando repassou a reserva para a sulafricana AngloGold Ashanti por US$ 70 milhões. A venda se deveu à profundidade atingida em São Bento. A AngloGold é especialista emminas subterrâneas e pretende destinar à reserva parte de US$ 1,14 bilhão de aportes previstos entre 2012-2016.

Mineradora dobrará produção em 2011

A EldoradoGold procurava ouro no Amapá, em 2006, quando encontrou uma reserva com 9,2 milhões de toneladas de minério com teor de 61% de ferro a 200 quilômetros de Macapá. A descoberta fez a mineradora optar por investir US$ 50 milhões para explorar a mina Vila Nova, na qual instalou usina de beneficiamento com capacidade para processar 90 mil toneladas mensais de pelotas (minério concentrado) e para a qual comprou 20 caminhões e 15 máquinas. A aposta na alta do consumo de ferro resultou em dois embarques experimentais de 45 mil toneladas de minério para o aquecido mercado siderúrgico da Ásia em 2011. Para cada uma das 90 mil toneladas enviadas, a empresa recebeu US$ 93, totalizando US$ 83,7 milhões de retorno. A mineradora estuda, agora, o melhor modelo de vendas. “Estamos no primeiro ano de operação. Precisamos entender os pontos críticos do mercado”, diz o presidente da companhia, Lincoln Silva. Por enquanto, a EldoradoGold vende seu minério por meio de negociadoras especializadas no mercado à vista, no qual as oscilações de preço são diárias. “O plano é comercializar por contrato de longo prazo”, indica o executivo. A empresa também avalia fazer um novo aporte para atingir a capacidade anual de 1 milhão de toneladas. “Nossa meta é exportar 460 mil toneladas neste ano”, diz Silva.
Brasil Economico

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