sexta-feira, 6 de maio de 2011

Vale surpreende mercado com ganho recorde de R$ 11,2 bilhões

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06/05/2011


O lucro líquido da Vale no primeiro trimestre de 2011 alcançou R$ 11,29 bilhões, surpreendendo o mercado que projetava ganho menor para a companhia devido às chuvas no Norte do país, que reduziram o volume de vendas de minério de ferro no período.

No entanto, a redução de vendas foi compensada pelos preços. O ganho alcançado superou em 7% o recorde histórico de R$ 10,55 bilhões obtido no terceiro trimestre de 2010, avançou 12,9% ante os R$ 10 bilhões do último trimestre de 2010 e foi 292,2% maior que os R$ 2,88 bilhões atingidos no mesmo período do ano passado.

A valorização do real em relação ao dólar no trimestre teve um impacto positivo sobre o lucro líquido de R$ 52 milhões. E mesmo excluindo um ganho não recorrente de R$ 2,49 bilhões obtidos com negociações com ativos de alumínio, o desempenho financeiro da companhia foi o melhor para um primeiro trimestre.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da mineradora somou R$ 15,51 bilhões. Excluindo a venda de ativos, o Ebitda atingiu R$ 13,02 bilhões, 141,9% acima do resultado de 2010 e o maior para um primeiro trimestre.

A receita operacional líquida atingiu R$ 22,98 bilhões, inferior aos R$ 26,49 bilhões alcançados no último trimestre de 2010, mas acima dos R$ 12,58 bilhões do primeiro trimestre de 2010.

Houve um aumento dos custos no primeiro trimestre, que somaram R$ 9,51 bilhões, superando os R$ 6,63 bilhões no primeiro trimestre de 2010, mas ficando abaixo dos R$ 10,38 bilhões do último trimestre do ano passado.

As pressões de custo se manifestam no preço da mão de obra, equipamentos, peças sobressalentes e insumos, já que depois da crise as mineradoras estão operando a plena capacidade.

A receita bruta, de R$ 23,57 bilhões, bateu novo recorde para os três primeiros meses do ano, embora tenha sido 12,6% menor que o patamar atingido no quarto trimestre de 2010. A queda aconteceu, segundo a mineradora, devido ao menor volume de vendas, que teve um impacto negativo de R$ 4,25 bilhões na receita operacional, o que foi parcialmente compensado pela contribuição positiva de R$ 1,05 bilhão devido aos maiores preços de venda dos produtos. O volume vendido foi menor devido a condições climáticas "extremamente adversas" e desastres naturais, que afetaram as operações de mineração e vendas.

As vendas de materiais a granel - minério de ferro, pelotas, minério de manganês, ferro ligas, carvão metalúrgico e térmico - representaram 69,5% da receita no primeiro trimestre, abaixo dos 71,2% observados no quarto trimestre do ano passado.

A participação de metais base - níquel, cobre, metais preciosos, cobalto, alumínio primário, alumina e bauxita - na receita total aumentou para 19,6%, contra 19,2% no trimestre anterior. As vendas de fertilizantes representaram 5,6% da receita, contra 4,8% nos três últimos meses do ano passado, enquanto os serviços de logística contribuíram com 3,1% e outros produtos com 2,3%.
 
Em termos de vendas por países, a China respondeu por 29,5% da receita, seguida pelo Brasil, com 17,8%; Japão, com 10,7%; Alemanha, com 6,7%; Estados Unidos, com 4,6%; e a Itália, com 3,3%.

No período, a Vale investiu US$ 2,7 bilhões ou 11% dos US$ 24 bilhões previstos para 2011 e gastou US$ 221 milhões com aquisições concentradas em energia (US$ 173,5 milhões) e fertilizantes (US$ 48 milhões). A Vale encerrou o trimestre com um caixa disponível de US$ 11,8 bilhões e com uma dívida líquida de US$ 11,9 bilhões.
Valor Econômico

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