sexta-feira, 6 de maio de 2011

Negociadora de commodities planeja obter US$ 10 bi com ações

www.simineral.org.br

05/05/2011


Suíça Glencore, que opera no Brasil, fará seu IPO (oferta pública inicial de ações) neste mês
Papéis serão lançados em Londres e Hong Kong; no país, empresa opera com grãos e no setor sucroalcooleiro

A trading suíça Glencore pretende levantar US$ 10 bilhões no maior IPO (oferta pública inicial de ações) deste ano, em um momento de forte valorização dos preços das matérias-primas.

Uma trading é uma empresa dedicada à comercialização de commodities. Apesar de ser mais conhecida por essa atividade, a Glencore também possui ativos de produção em cerca de 30 países.

As ações serão negociadas na Bolsas de Londres -que com essa operação registrará o maior IPO de sua história- e na de Hong Kong a partir do final deste mês.

Cada ação foi avaliada entre 4,80 e 5,80 (R$ 12,61 e R$ 15,24), segundo comunicado divulgado ontem. Considerando a média dessa faixa de preço, a empresa foi avaliada em US$ 61 bilhões.

A Glencore também informou que fechou acordo com um seleto grupo de investidores que vão se inscrever para comprar cerca de 31% da oferta total.

Só a Aabar Investments, grupo de investimentos dos Emirados Árabes, informou que vai aplicar cerca de US$ 1 bilhão no IPO. Outros grandes grupos financeiros, como BlackRock e Credit Suisse, também investirão milhões de dólares na empresa.

NOVOS BILIONÁRIOS

A oferta transformará altos executivos da Glencore em bilionários da noite para o dia. O valor da participação do CEO Ivan Glasenberg na empresa, de 15,8%, vai alcançar quase US$ 10 bilhões após a operação.

O prospecto do IPO revelou, pela primeira vez, a estrutura acionária da empresa, que sempre teve um perfil extremamente reservado.

Além de Glasenberg, que se transformará em um dos homens mais ricos da Europa, outros quatro executivos se tornarão bilionários.

Fundada em 1974 por Marc Rich, ex-trader acusado pelos EUA de comércio ilegal com o Irã e evasão fiscal, a Glencore iniciou suas operações com foco nos mercados de minérios e petróleo.

A verticalização começou em 1987 e, em 1990, a Glencore ganhou relevância no setor produtivo, por meio de compra de uma fatia na mineradora Xstrata.

Hoje, a Glencore é a maior acionista individual da Xstrata, com uma participação de 34%, e se especula que, após a oferta, a suíça faça uma proposta para comprar toda a mineradora.

No país, a Glencore é mais ativa como trading de grãos. No final de 2010, ingressou no setor sucroalcooleiro, ao comprar cerca de 70% da usina Rio Vermelho, em Junqueirópolis (SP).

Segundo informações de seu site na internet, a empresa também possui uma unidade de processamento de oleaginosas no Brasil.

Em 2009, a Glencore fez um acordo com a trading brasileira Agrenco, em recuperação judicial, para operar as suas fábricas no país. Mas, desde 2008, as unidades continuam paradas. A Agrenco não cumpriu parte do acordo e o plano não avançou.
Fola de São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário