terça-feira, 5 de julho de 2011

África promete lucros aos investimentos estrangeiros.

www.simineral.org.br

05/07/2011

Continente Negro torna-se pólo de atração após a crise econômica mundial

Joanesburgo - Atrelada com a pobreza e o subdesenvolvimento, assim como com o ex-colonialismo e as esferas de influência de potências ex e neocolonialistas ocidentais que ainda pululam por aqui, a África parece estar emergindo ao, após a crise econômica e financeira mundial, ambiente como pólo de atração não mais de ajudas humanitárias ou desenvolvimentistas, mas dos investimentos diretos com alvo o lucro.

Não é, seguramente, novo o sentido dos investimentos no Continente Negro. Há anos tem atraído consideráveis capitais das economias emergentes, Índia, Brasil e, principalmente, da China, que realizou obras de infra-estrutura em troca da privilegiada exploração da riqueza mineral do Continente Negro.

Porém, o fundamento interessante na fase atual é que a África projeta-se como destino preferencial, garantindo lucros consideráveis a empresas e investimentos de qualquer origem e nacionalidade.

Entre os organismos internacionais de crédito interessados em atuar no Continente Negro encontra-se o Banco Europeu de Recuperação e Desenvolvimento, que, com este objetivo, iniciou há alguns dias o processo de revisão de seu âmbito legal, tornando possível sua expansão em toda a região do Mar Mediterrâneo, a começar pelo Egito e Marrocos.

Ao mesmo tempo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê grande crescimento econômico no continente, com os países subsaarianos registrando crescimento de 5,5% este ano e de 5,9% ano que vem. E no novo âmbito que está sendo conformado parece que estão interessados até artistas, como o irlandês rock-star Bob Geldof e seu compatriota Bono Vox, que já programaram em suas agendas atrair capitais para a África, enquanto, simultaneamente, avaliam novas perspectivas.

Além da ajuda

A guinada generalizada a favor da África foi constatado, no âmbito do Fórum Econômico Mundial, recentemente realizado na África do Sul, por Maria Ramos, CEO do ABSA, banco da África do Sul, majoritariamente controlado pelo banco britânico Barclays.

Em declarações ao jornal britânico Financial Times, Maria Ramos destacou que "há uma década os congressos internacionais desta natureza destinavam-se, principalmente, à ajuda humanitária, enquanto agora as conversações já referem-se aos investimentos e ao crescimento". Na mesma conclusão tendem, paralelamente, as manifestações de interesse expressas nos últimos dias por representantes das economias emergentes.

O Renaissance, grupo russo de empresas de investimentos em mercados emergentes, planeja aumentar seus investimentos diretos na África, enquanto o valor total de seus ativos patrimoniais no continente já supera US$ 1 bilhão. O grupo mantém seis escritórios e 120 funcionários estrategicamente distribuídos no continente.

Em entrevista à imprensa, Cliford Saks, CEO do Renaissance na África, afirmou que "o grupo se expandirá em vários setores, como o mercado de imóveis e as obras de infra-estrutura", e confirmou que recentemente compartilhou "com investidores asiáticos a aplicação de US$ 750 milhões na ex-aciaria estatal do Zimbabwe". E asseverou ainda que, "investidores asiáticos sentem-se à vontade com o risco na África, cada vez mais compreensível".
Monitor Mercantil

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