sexta-feira, 15 de julho de 2011

Brasil quer explorar minas de Silvinita do Amazonas.

www.simineral.org.br

15/07/2011

A silvinita (potássio) é a principal matéria-prima para fertilizantes e adubos. Presidente da Associação Nacional para a Difusão de Adubos diz que reservas no Amazonas não garantem a quantidade necessária do minério

O Amazonas tem duas reservas de potássio descobertas na década de 80 pela Petrobras. Desde então, nunca foram exploradas e grande parte do potássio utilizado no País é importado. Em março, a presidente Dilma Rousseff garantiu que as minas serão usadas e devem garantir a autossuficiência nacional no minério.

Para o presidente da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), Mario Alves Barbosa Neto, porém, a coisa não é bem assim. Ele disse que as reservas não colocam o Brasil em posição de conforto.

Na última terça-feira, Mario Alves, que também é diretor-presidente da Vale Fertilizantes, disse, em São Paulo, durante o 1º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, que até 2016 o Brasil deve reduzir a dependência da importação de fertilizantes.

Segundo ele, a dependência das importações de fósfato deve cair de 49% para 12% e, de nitrogênio, de 78% para 33%. Mas, por falta de jazidas “economicamente viáveis” no País, a dependência de potássio importado vai continuar acima dos 80%.

Para ele, dos três principais insumos para a produção de fertilizantes, o potássio é o mais problemático. “Até hoje não conhecemos jazidas economicamente viáveis que permitam reduzir nossa dependência”, disse.

“Há uma jazida sendo explorada pela Vale em Sergipe, há reservas no Amazonas e um projeto de termopotássio sendo desenvolvido em Minas Gerais, mas eles não resolvem o problema brasileiro”, completou.

Ontem, o secretário de Estado de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos, Daniel Nava, relembrou a fala da presidente Dilma e disse que a reserva de potássio no Amazonas é considerada uma das maiores do mundo.

“Concordo que precisamos ser autossuficientes em fertilizantes. É um absurdo importarmos 60% do que precisamos para o consumo interno”, disse Nava que, no entanto, discorda do presidente da Anda quanto à viabilidade econômica das reservas amazonenses. “A exploração é totalmente viável”, frisou o secretário, dizendo que o País consome oito milhões de toneladas de potássio por ano e as duas reservas de silvinita no Amazonas possuem autonomia para 300 milhões de toneladas de potássio - quase 40 anos de exploração.

As minas do Estado estão nos municípios de Nova Olinda do Norte (135 quilômetros de Manaus) e Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus).

Para o secretário, como a detentora das minas é a Petrobras, estuda-se a possibilidade de concessão para que empresas como a Vale Fertilizantes se instale no Estado. “Ou mesmo outras empresas como a Bunge e a Potássio do Brasil, que já explora o fertilizante em Autazes e investiu cerca de R$ 75 milhões”, disse.
A Crítica

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