quinta-feira, 21 de julho de 2011

Commodities seguram superávit.

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21/07/2011

Alta dos preços vai ampliar a participação de Minas Gerais na balança brasileira.

A alta nos preços das commoditie s no mercado internacional deverá resultar em um crescimento acima do esperado das exportações brasileiras neste ano. As projeções apontam para uma maior dependência de produtos básicos, entre eles o minério de ferro, o que deverá ampliar a participação de Minas Gerais no comércio exterior. Apesar disso, o cenário preocupa, pois demonstra uma "primarização" da economia, conforme o presidente em exercício da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

A entidade revisou para cima as projeções da balança comercial brasileira para este ano. A receita com as vendas externas brasileiras deverá atingir US$ 244,561 bilhões, ante US$ 201,915 bilhões no exercício passado, o que representa incremento de 21,1%. Na primeira previsão da AEB, o crescimento das exportações seria de 13,1% nesta base de comparação, com a movimentação de US$ 225,790 bilhões.

De acordo com Castro, o aumento nas projeções reflete basicamente o comportamento dos preços dos produtos básicos em 2011. Em volume, o incremento nas exportações não deverá ultrapassar 3%. As projeções para os embarques de minério de ferro no atual exercício passaram de US$ 37,950 bilhões para US$ 39 bilhões. O incremento esperado na comparação com 2010 (US$ 28,9 bilhões) é de 35%. As estimativas anteriores eram de crescimento de 32,7%.

Os preços do insumo siderúrgico apresentam incremento significativo desde o ano passado em virtude da demanda aquecida, principalmente por parte das siderúrgicas chinesas. Os valores negociados no mercado internacional aumentaram cerca de 120%.

As projeções de incremento nas exportações do café também apresentaram avanço. Conforme a AEB, em 2011 os embarques da commodity agrícola deverão movimentar US$ 8,424 bilhões, contra US$ 5,182 bilhões no ano passado, o que representa alta de 62,6%. Os números anteriores apontavam incremento de somente 21,9%, atingindo US$ 6,4 bilhões.

Pauta - Os dois produtos, minério de ferro e café, são os principais itens da pauta de exportações de Minas Gerais. Conforme o presidente da AEB, se os números forem confirmados, no final deste ano o Estado aumentará a sua representação na balança comercial brasileira. Minas vem registrando os maiores superávits - diferença entre importações e exportações - do país.

Castro lembrou que os principais itens da balança são produtos básicos, que deverão responder por 46,4% da pauta em 2011. "Este índice está próximo do verificado em 1978, quando era de 47,2% das exportações brasileiras", disse.

Ele explicou que os preços das commodities não são controlados e no caso de uma retração da demanda o cenário poderá ser diferente, com impactos negativos para a economia. Ele ressaltou que as projeções demonstram a necessidade de uma política voltada para o fomento ao setor industrial e retomada da exportação de manufaturados.

Entre os entraves apontados pelo presidente da associação está a falta de investimentos em infraestrutura e a elevada carga tributária no país, o que reduz a competitividade do setor produtivo nacional.

Um exemplo disso é verificado na indústria automotiva. As projeções de exportações do setor, que eram de elevação de 4,2% na comparação com 2010, agora são de retração de 7,9%. Os embarques deverão somar US$ 4 bilhões, ante US$ 4,4 bilhões no exercício passado.

A AEB também revisou para cima as projeções das importações, impulsionadas pelo câmbio valorizado. Em 2011, os desembarques deverão somar US$ 218,3 bilhões, ante US$ 181,6 bilhões no ano anterior. O resultado representa incremento de 20,2% no período. As estimativas anteriores eram de incremento de 9,5%, com receita de US$ 199,6 bilhões.

O saldo da balança, conforme a entidade, deverá ficar positivo em US$ 26,260 bilhões, contra US$ 20,266 bilhões em 2010. O incremento no superávit será de 29,6% nesta base de comparação. As projeções anteriores eram de superávit de US$ 26,1 bilhões.
Diário do Comércio

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