quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ampliação da CBA vai receber R$ 292 milhões.

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14/04/2011

A Votorantim Metais vai financiar a maior parte dos investimentos previstos para 2011 - que serão da ordem de R$ 1 bilhão - com recursos próprios, segundo o diretor Superintendente da empresa, João Bosco Silva. Haverá também parcela de recursos obtidos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Estão previstos aportes de R$ 401 milhões para alumínio, de R$ 151 milhões para níquel e de R$ 430 milhões para zinco. Os investimentos da Votorantim Metais em 2010 também somaram R$ 1 bilhão, sendo R$ 889 milhões em aplicação em novos projetos.

No setor de alumínio, a empresa vai concluir centro de tratamento de perfis na fábrica de Alumínio. Na unidade, serão investidos R$ 292 milhões este ano.

Já a retomada da chamada sala 8, nova linha de produção de alumínio primário para expansão da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), depende de a empresa encontrar fonte mais competitiva de energia. No momento, há discussões com a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) sobre o assunto. A possibilidade de cogeração também é considerada, mas a avaliação da empresa é de que o preço do gás ainda é muito elevado no Brasil.

A Votorantim Metais vai investir também nas minerações em Poços de Caldas, Miraí e Itamarati de Minas. No negócio de zinco, foi retomado o projeto de polimetálicos em Juiz de Fora (MG). Trata-se da primeira fábrica de polimetálicos no País.

No setor de níquel, a Votorantim Metais vai investir na conclusão de projetos de modernização e melhoria da matriz energética para reduzir uso de óleo combustível em Niquelândia (GO) e para a mineração de Fortaleza de Minas (MG). A Votorantim Metais vai destinar aportes também para aumentar a capacidade de produção de cobalto eletrolítico, que é um subproduto do processamento de níquel.

A empresa ainda não definiu a retomada do projeto de ferro-níquel em Niquelândia (GO). "Vamos retomá-lo, mas estamos esperando o momento oportuno. Em função dos projetos novos de níquel que estão entrando em operação, o da Anglo American e Onça Puma, da Vale, resolvemos esperar o que vai acontecer com a oferta e a demanda globais para tomar a decisão", diz o diretor superintendente da Votorantim Metais, acrescentando que a mina está pronta e os equipamentos foram comprados. Já foram investidos R$ 480 milhões, e serão necessários mais R$ 400 milhões para o projeto.

"Os negócios em que estamos são globais. No momento em que há vários projetos de níquel entrando, mais um cria expectativa no mercado, e os preços ficam mais baixos", acrescentou Silva. Segundo o executivo, as decisões de investimento da empresa levam em conta oferta e demanda mundial de cada metal e o preço médio futuro projetado para os próximos 20 anos. Durante a crise financeira internacional, a Votorantim Metais suspendeu alguns investimentos. "O primeiro projeto retomado foi o de alumínio. A construção civil está crescendo muito, então há mercado", disse.

No ano passado, a Votorantim Metais concluiu a compra do controle da mineradora peruana Milpo, que produz cobre, zinco e chumbo. A Milpo tem quatro minas no Peru e uma no Chile. Conforme Silva, a empresa pretende manter suas operações no Peru mesmo com a mudança no governo. O segundo turno das eleições presidenciais no país será disputado por Ollanta Humala e Keiko Fujimori. "O Peru tem tradição de cumprimento de contratos, não tem história de mudanças nas regras. A indústria mineral no Peru é extremamente significativa no país. Vamos continuar lá", disse.

Questionado sobre a desvalorização do dólar frente ao real, o executivo respondeu que a empresa não se queixa do câmbio. "A tendência é que o real se valorize. O que temos que trabalhar são os nossos custos e ser competitivos com o nosso câmbio, seja qual for. O que é positivo é o crescimento do mercado doméstico", afirmou. Em relação à energia, Silva disse que a preocupação é "muito associada à carga tributária".

Sobre a possibilidade de mudança na cobrança dos royalties em função do novo marco regulatório da mineração, o executivo citou estudo produzido por meio do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) que aponta que, no Brasil, a indústria mineral tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. "Uma coisa é discutir minério de ferro, outra são minérios que não têm as mesmas características. Nós, como grupo, sempre agregamos valor ao nosso minério, que é diferente de exportar matéria-prima. Espero que essa questão esteja na discussão do código mineral."

Sem citar prazos, o executivo informou ainda que "em algum momento", a empresa começará a avaliar o continente africano. "A África certamente é o próximo continente em termos de oportunidades, principalmente na indústria do cobre", disse.
Cruzeiro do Sul Online - Sorocaba/SP

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