quarta-feira, 13 de abril de 2011

Análise/Mineração: Programa vai estimular mineradoras a prevenir acidentes.

www.simineral.org.br


13/04/2011

No dia 28 deste mês é celebrado o Dia Internacional da Segurança e Saúde no Trabalho.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), ocorrem cerca de 6.300 mortes diárias no mundo devido a acidentes ou a doenças relacionadas às atividades laborais. Isso representa um custo econômico de 4% do PIB mundial.

São números alarmantes, que receberam maior atenção do setor produtivo a partir do momento em que foram incorporados conceitos de sustentabilidade à gestão.

Com isso, além de visar o resultado financeiro, as empresas passaram a, cada vez mais, preservar o ambiente e a valorizar seus funcionários, assegurando condições propícias ao desenvolvimento do trabalho.

A mineração, por exemplo, convive com o risco de acidentes dadas as peculiaridades operacionais. O setor investe pesadamente em tecnologia, com foco tanto no aumento da produtividade como no da segurança de seus funcionários.

Há minas no Brasil em que apenas máquinas adentram os túneis. Seus operadores as manipulam remotamente em ambiente seguro.

De outro lado, temos no país empresas clandestinas que adotam práticas que ferem a legislação do trabalho, o que contribui para inflar as taxas de acidentes, comprometendo a imagem do setor.

Tenham certeza os leitores de que o caso dos mineiros soterrados no Chile em agosto de 2010 (a mais de 700 metros de profundidade) e resgatados em outubro serviu de paradigma para que as mineradoras reforçassem as providências de Saúde e Segurança Ocupacional (SSO).

INVESTIR PARA EVITAR

Ainda assim, o cenário da SSO na mineração brasileira contém imperfeições, embora haja muitos exemplos que seguem na direção certa, como o de uma das maiores mineradoras do mundo, de bauxita/alumínio.

Há poucos anos, seu principal executivo no Brasil cancelou compromissos para viajar ao exterior com o objetivo de explicar ao conselho diretor as razões pelas quais um motorista de caminhão, a serviço da companhia, havia morrido durante o expediente.

Outra gigante com atuação no país atribui à sua CEO a tarefa de despachar os assuntos ligados à SSO.

Essas práticas precisam ser cada vez mais comuns também nas pequenas e médias empresas, para que o indicador negativo dos acidentes de trabalho mude significativa e rapidamente.

Com esse intuito de envolvê-las nesse desafio, foi estruturado um programa conjunto de SSO, em parceria com instituições como Sesi e USP, de modo a estimular o setor mineral a aderir em massa às políticas -de caráter preventivo- de saúde e segurança laboral.

Afinal, acidentes são inadmissíveis na gestão de qualquer companhia. É imprescindível que haja investimento adequado em prevenção, com menos discursos e utopias e mais ação.


PAULO CAMILO VARGAS PENNA é diretor-presidente do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração).
Folha de São Paulo

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