terça-feira, 7 de junho de 2011

Ferrous começa projetos enquanto sócio não vem.

www.simineral.org.br
07/06/2011

A entrada de um sócio estratégico no capital da mineradora Ferrous Resources, um impasse que se arrasta há dois anos, pode finalmente estar próxima de se concretizar. Ainda sem comentar o ritmo das negociações que estão sendo conduzidas pelo banco Deutsche Bank desde fevereiro, a empresa começou a tomar decisões de investimento só viáveis com um forte aporte de capital.

A empresa já está analisando as três propostas que recebeu para comprar 94 mil toneladas de aço para tubos. A compra, que será concretizada nos próximos meses e irá envolver US$ 270 milhões, será usada para construir um mineroduto de 400 quilômetros ligando a extração da mina de Serena, em Brumadinho (MG), um projeto em fase de licença prévia, orçado em US$ 840 milhões, e a extração da mina Viga, em Congonhas (MG), já em fase de pré-produção, a um porto em Presidente Kennedy, no sul do Espírito Santo.

A Ferrous também está programando para este ano comprar US$ 300 milhões em equipamentos para a mina de Viga. Isso representa 40% do que a Ferrous terá que gastar para assumir a partir de 2013 a exploração da mina de Viga. Desde o início do ano a mina está operando em pré-produção e deve extrair este ano 2 milhões de toneladas. Toda a operação foi terceirizada e está sendo tocada pela empreiteira Fidens, da extração ao embarque no porto da Vale em Sepetiba (RJ), onde chega nos trilhos da MRS.

"Optamos pela terceirização porque esta é apenas a primeira etapa e queríamos ganhar em agilidade. A ampliação da produção de 2 milhões para 15 milhões de toneladas/ano será feita diretamente pela empresa", disse o diretor operacional da Ferrous, Antonio Rigotto. Na mina de Serena, a Ferrous aposta na retirada de 10 milhões de toneladas anuais.

Para atender aos contratos de compra do ano - cerca de US$ 570 milhões -, é provável que boa parte de fornecedores internacionais. Na concorrência para os tubos de aços está apenas um fabricante com base nacional, a Confab, controlada pela argentina Techint. Também disputam fornecedores do Japão e da China. Já para os equipamentos para Viga, há concorrentes dos EUA e do Brasil.

O projeto total de investimento da Ferrous é estimado em US$ 3,5 bilhões, dos quais US$ 1,4 bilhão no mineroduto. Frente a estes números, a receita operacional da empresa ainda é tímida. Este ano, se a Ferrous conseguir arrematar no segundo semestre os direitos de uso do porto de Sepetiba, deverão ser exportadas até 2,25 milhões de toneladas. Até agora ganhou um dos dois lotes ofertados, se capacitando a exportar 750 mil toneladas. Para obter dois lotes no segundo semestre, a empresa irá disputar com as outras mineradoras da região da Serra Azul, incluindo ArcelorMittal e Minerita. "Nossa expectativa de receita operacional para 2011 é de US$ 320 milhões. Ainda é pouco, mas já ajuda a compor o funding", disse.

No futuro, se conseguir realizar o plano de investimento, Rigotto supõe que o mineroduto terá papel central na empresa. "O que vamos construir terá capacidade de escoar 25 milhões de toneladas/ano por trecho e vai poder atender às outras mineradoras da região. Seremos uma solução logística", afirmou Rigotto.
Valor Econômico

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