terça-feira, 21 de junho de 2011

Mineração vive seu melhor momento.

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21/06/2011

Em uma década, o faturamento da atividade no país saltou de R$ 8 bi em 2000, para R$ 40 bi em 2010.

Em uma década, o faturamento da atividade mineral no país saltou de R$ 8 bilhões em 2000, para R$ 40 bilhões no ano passado. Esse crescimento foi recorde para o setor e marca uma fase de prosperidade para o segmento que representa 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Porém, apesar dos bons resultados e das perspectivas positivas para os próximos anos, o uso dos minerais é cíclico e para quem pensa em "colocar os pés" neste mercado é recomendado aproveitar a "crista da onda". A observação é do diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Marcelo Tunes.

De acordo com ele, o atual ciclo do setor teve início na virada do milênio e, mesmo diante da crise econômica mundial, apresentou rápida recuperação. Entretanto, a mineração está acostumada, assim como tantos outros ramos da economia, a viver de fases e este momento favorável não deve durar pra sempre.

"A demanda por minerais apresentou grande crescimento durante as guerras napoleônicas, na primeira e na segunda guerra mundial e, mais recentemente, a partir dos anos 2000", sinalizou Tunes. Para o Ibram, a atividade deve apresentar alta de 10%, pelo menos, nos próximos três anos e, na opinião do diretor, a atual fase deve se estender por, no máximo, até 2025.

Já o presidente do Ibram, Paulo Camillo Penna, prefere não especular, mas acredita que o otimismo do setor deva perdurar. Isso devido à previsão de que, até 2050, dois terços da população mundial estarão vivendo em áreas urbanas, o que intensifica o investimento em minério de ferro e agregados, por exemplo.

A previsão de que o bom momento continue é fruto também, segundo Penna, do crescimento da diversidade mineral brasileira. Apesar de o minério de ferro ser ainda, de longe, o carro-chefe do ramo no Brasil, representando cerca de 80% das exportações, outras substâncias estão expandindo sua atuação. No momento, a cadeia produtiva nacional agrega mais de 80 substâncias minerais, conforme dados do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Agregados - Os agregados para a construção civil, por exemplo, estão ganhando mais espaço.

Somente a produção de brita deve ultrapassar este ano a de minério de ferro (previsão de alcançar 400 milhões de toneladas em 2011), atingindo mais de 500 milhões de toneladas.

A exploração do ferro também está em crescimento e até 2015 deve dobrar, chegando a 700 milhões de toneladas. Aceleração também no caso do cobre, que em igual intervalo deve passar das cerca de 200 mil toneladas para 500 mil toneladas.

Conforme Penna, a diversificação do portfólio mineral nacional é explicada pelo fato de os investidores estarem encarando com bons olhos outras substâncias além do minério de ferro. Entre 2011 e 2015, somente a produção de ferro vai consumir R$ 68,5 bilhões.

O diretor de assuntos minerários do Ibram esclarece que o Brasil é um país de geodiversidade alta, característica comum em territórios extensos. Contudo, a extração ainda é limitada e, em alguns casos, a ausência de certos minerais pesa na balança comercial.

Um exemplo clássico neste sentido é a escassez do Brasil por carvão mineral. A substância é responsável hoje por 46% das importações do setor, seguido do cloreto de potássio e do cobre, que ficam com 28% e 12% respectivamente.

No caso do potássio, item fundamental usado na composição de fertilizantes agrícolas, Tunes destacou que o país já pensa em novas alternativas para diminuir as importações. Atualmente, uma única mina em Sergipe faz a extração do mineral, conseguindo suprir 8% da demanda nacional.
 
Diário do Comércio

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