quinta-feira, 9 de junho de 2011

Mineradoras investirão US$ 120 bi.

www.simineral.org.br

09/06/2011

Com alta demanda mundial, indústria extrativa deverá alcançar neste ano patamares recordes de receita.

A indústria extrativa mineral deverá alcançar neste ano patamares recordes de receita impulsionada pela demanda no mercado internacional, principalmente de países emergentes, conforme o sócio e líder de Mineração da PwC-Brasil, Ronaldo Valiño. Com a elevação do consumo, as maiores mineradoras do planeta planejam investir US$ 120 bilhões somente em 2011. O cenário deverá impulsionar a entrada de novos players no Brasil.

Segundo o especialista, as projeções de recordes no faturamento das maiores empresas do setor é resultado da elevação do consumo decommodities como minério de ferro, carvão, ouro e níquel. O incremento da demanda vem sendo verificado principalmente nos países emergentes, como a China.

Ele explicou que com a demanda aquecida, os preços dos minerais apresentam uma trajetória ascendente no mercado internacional, o que impulsiona os resultados das mineradoras. O cenário é verificado desde o ano passado.

De acordo com o relatório da PwC, "Mine: The game has changed", as receitas das 40 maiores mineradoras mundiais em 2010 aumentaram em 32% na comparação com 2009, atingindo o recorde histórico de US$ 435 bilhões. Além do aumento dos preços de produtos minerais, as empresas foram favorecidas pela alta de 5% na produção no período.

De acordo com Valiño o aumento nos preços das commodities, que alavancou os resultados das mineradoras e deverá continuar a impulsionar a receita em 2011, é causado pelo desequilíbrio entre a oferta e a demanda no mercado internacional. O aumento da oferta é apontado como o novo desafio das mineradoras.

Segundo o especialista para acompanhar a demanda, as 40 maiores companhias do setor anunciaram investimentos de mais de US$ 300 bilhões. Deste total, mais US$ 120 bilhões estão planejados para 2011, dobrando o Capex de 2010.

Ele destacou que as empresas possuem liquidez para investir, pois estão reduzindo o endividamento e possuem maior caixa. Conforme o relatório, a disponibilidade atual das maiores mineradoras é de aproximadamente US$ 100 bilhões.

Apesar dos investimentos vultosos, o especialista afirmou que o equilíbrio não deverá ser alcançado no curto prazo. Ele explicou que estes projetos necessitam de maior prazo para serem implantados e impactarem na oferta no mercado internacional.

De acordo com o líder de Mineração da PwC-Brasil, o cenário global mantém a tendência de atração de investimentos para o Brasil. Além do país já possuir grande importância no setor, por ser um dos maior produtores minerais do planeta, Valino afirmou que o país apresenta menores riscos de investimento, o que viabiliza a entrada de novos players no país.

Ele lembrou que o cenário já é verificado em Minas Gerais, onde diversas empresas estrangeiras, formadas por fundos de investimentos, aportaram no Estado em busca de empreendimentos no setor.

Ainda de acordo com o relatório da PwC-Brasil, o forte desempenho em receita impulsionou o lucro líqüido das mineradoras no exercício passado para US$ 110 bilhões. O resultado representa crescimento de 156% na base de comparação.

O relatório também destaca a tendência de que o desempenho dos produtores de mercados emergentes supere a de países "tradicionais" no setor, como Austrália, Estados Unidos, Canadá, África do Sul e Reino Unido. Nos últimos quatro anos, o retorno médio sobre o patrimônio líqüido das companhias em mercados emergentes foi mais do que o dobro do apurado em países mineradores tradicionais.

O incremento da demanda por minérios vem sendo verificado nos países emergentes como a China O grupo das 40 maiores mineradoras também sofreu alterações nos últimos oito anos, hoje 45% das empresas são de mercados emergentes, reflexo das contínuas mudanças nos players e na base de poder da indústria. A Vale S/A, a segunda maior mineradora do mundo, é a única representante brasileira entre as maiores.
Diário do Comércio - MG

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