sexta-feira, 3 de junho de 2011

Mineração deve receber US$ 68,5 bi até 2015.

www.simineral.org.br

03/06/2011

Retomada do mercado mundial de minério, após a crise de 2008, faz instituto prever número recorde de investimentos no setor no Brasil

RIO - O forte reaquecimento da demanda mundial por matérias-primas levou o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) a prever um novo ciclo recorde de investimentos para o setor no Brasil: US$ 68,5 bilhões entre 2011 e 2015. A cifra supera os US$ 64,8 bilhões previstos inicialmente para o período.

O maior interesse das empresas por projetos minerais tem como pano de fundo o atual cenário de demanda aquecida e preços elevados. "O setor aposta que a demanda vai continuar forte", previu o presidente do Ibram, Paulo Camillo. "Nunca imaginamos que a recuperação do setor fosse tão rápida (após a crise mundial de 2008). Achamos que só chegaríamos ao nível pré-crise no início de 2012."

Em 2008, quando a crise financeira internacional foi deflagrada, houve uma forte retração na demanda mundial por minério de ferro.

O movimento fez o Ibram rever para baixo a previsão de investimentos. Na época, a previsão inicial era de um orçamento de US$ 57 bilhões para o período de 2008 a 2012.

No auge da retração da economia mundial, em 2009, o Ibram baixou sua projeção em US$ 10 bilhões para o ciclo 2009 a 2013. Mas, o cenário nebuloso saiu rapidamente de cena no setor mineral. Tanto que ao longo de 2009 e 2010, a entidade fez quatro revisões para cima em suas expectativas de investimentos.

O crescimento da demanda impulsionou também os preços. Nos últimos 12 meses, as grandes mineradoras conseguiram um reajuste em torno de 100% no preço do minério de ferro, principal produto de mineração nacional. Puxada pela China, a demanda por matérias-primas continua forte e os sinais de uma pequena recuperação da Europa e dos EUA também contribuem para ampliar o volume comercializado pelo País.

Projetos. Para Camilo, a cifra recorde de US$ 68,5 bilhões reflete a entrada de novos investimentos, como o projeto de vanádio da Largo Mineração, na Bahia, e o de cromita da Ferbasa, no mesmo Estado. Além disso, o estudo passou a contabilizar também os investimentos da Vale em fertilizantes.

Segundo ele, as companhias estão aproveitando o cenário positivo para tirar da gaveta projetos de expansão. "Com esses preços atuais, os projetos vão continuar remunerando significativamente as empresas."

A pesquisa do Ibram revela que os projetos de minério de ferro devem abocanhar aproximadamente dois terços dos investimentos esperados até 2015. A expectativa é que totalizem US$ 44,9 bilhões, valor acima dos US$ 39,2 bilhões esperados para o ciclo anterior. Em segundo lugar estão os projetos de níquel, com orçamento de US$ 6,5 bilhões, seguidos pelos projetos na cadeia do alumínio, que totalizam US$ 5,2 bilhões.

Diante de um cenário positivo, o presidente do Ibram observou ainda que a cifra recorde de investimentos esperada para os próximos cinco anos leva em conta também alguns projetos de pesquisa que se tornaram viáveis e entraram em fase de desenvolvimento.
O Estado de São Paulo

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