15/06/2011
O arrefecimento da demanda chinesa por minério de ferro sinaliza para uma tendência de estabilização, pelo menos, nos preços do insumo no próximo trimestre. Analistas ouvidos pela reportagem divergem quanto ao tamanho do impacto do recuo das compras da China nas cotações internacionais da commodity.
Porém, segundo eles, o reflexo será ampliado pela falta de liquidez das economias norte-americana e europeia e pelas apertadas margens de lucro das siderúrgicas, ocasionadas por um mercado ainda fraco e por estoques elevados de aço.
Para o consultor em siderurgia e mineração Otto Andrade, ainda haveria espaço para um novo aumento no preço do minério de ferro, mas a tendência é de estabilização. "O consumo de aço no mercado mundial está estagnado e as compras chinesas do insumo siderúrgico caíram de ritmo, o que sinaliza para uma retração da demanda. Isso vai refletir no preço", explica.
Já o analista da Link Investimentos Leonardo Alves acredita em uma queda entre 3% e 5% no preço do insumo no próximo trimestre. A demanda chinesa retraiu e não houve a recuperação das economias dos Estados Unidos e Europa, como o mercado esperava. Isso vai refletir em um recuo nas cotações", afirma.
Alves acredita que a tendência é que ocorra um equilíbrio entre as elevadas margens de lucro das mineradoras, que no caso da Vale S/A chegam a 60%, e as apertadas margens das siderúrgicas, na melhor das hipóteses estimadas em 20%. "O indutor desta distribuição de lucros da cadeia do aço é o preço do minério de ferro, que no patamar de hoje está impactando diretamente na elevação dos custos das siderúrgicas", analisa.
Demanda - O analista da Link esclarece, ainda, que o fator determinante para alterações no preço do insumo siderúrgico é a demanda. Segundo ele, as siderúrgicas, com margens apertadas e frente a elevados níveis de estoque, que giram hoje acima dos três meses, tendem a diminuir as compras da commodity. O resultado, para Alves, é o recuo dos preços.
Por outro lado, o analista-chefe da SLW Corretora Pedro Galdi acredita que mesmo com o arrefecimento da demanda chinesa, os níveis das negociações internacionais envolvendo minério de ferro continuam tão elevados que o cenário para a procura pelo insumo continua positivo.
A avaliação do consultor da SLW vai ao encontro das estimativas do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que dão conta existe um déficit de 90 milhões de toneladas de minério no mercado internacional, o que só deve ser estabilizado a partir de 2013.
Contudo, Galdi não acredita em elevação no preço do insumo siderúrgico no próximo trimestre. "O próximo reajuste trimestral deve manter o preço do minério de ferro nos mesmos patamares dos três meses anteriores", estima.
Analistas divergem quanto ao grau do impacto do recuo das compras da China nas cotações da commodity
O arrefecimento da demanda chinesa por minério de ferro sinaliza para uma tendência de estabilização, pelo menos, nos preços do insumo no próximo trimestre. Analistas ouvidos pela reportagem divergem quanto ao tamanho do impacto do recuo das compras da China nas cotações internacionais da commodity.
Porém, segundo eles, o reflexo será ampliado pela falta de liquidez das economias norte-americana e europeia e pelas apertadas margens de lucro das siderúrgicas, ocasionadas por um mercado ainda fraco e por estoques elevados de aço.
Para o consultor em siderurgia e mineração Otto Andrade, ainda haveria espaço para um novo aumento no preço do minério de ferro, mas a tendência é de estabilização. "O consumo de aço no mercado mundial está estagnado e as compras chinesas do insumo siderúrgico caíram de ritmo, o que sinaliza para uma retração da demanda. Isso vai refletir no preço", explica.
Já o analista da Link Investimentos Leonardo Alves acredita em uma queda entre 3% e 5% no preço do insumo no próximo trimestre. A demanda chinesa retraiu e não houve a recuperação das economias dos Estados Unidos e Europa, como o mercado esperava. Isso vai refletir em um recuo nas cotações", afirma.
Alves acredita que a tendência é que ocorra um equilíbrio entre as elevadas margens de lucro das mineradoras, que no caso da Vale S/A chegam a 60%, e as apertadas margens das siderúrgicas, na melhor das hipóteses estimadas em 20%. "O indutor desta distribuição de lucros da cadeia do aço é o preço do minério de ferro, que no patamar de hoje está impactando diretamente na elevação dos custos das siderúrgicas", analisa.
Demanda - O analista da Link esclarece, ainda, que o fator determinante para alterações no preço do insumo siderúrgico é a demanda. Segundo ele, as siderúrgicas, com margens apertadas e frente a elevados níveis de estoque, que giram hoje acima dos três meses, tendem a diminuir as compras da commodity. O resultado, para Alves, é o recuo dos preços.
Por outro lado, o analista-chefe da SLW Corretora Pedro Galdi acredita que mesmo com o arrefecimento da demanda chinesa, os níveis das negociações internacionais envolvendo minério de ferro continuam tão elevados que o cenário para a procura pelo insumo continua positivo.
A avaliação do consultor da SLW vai ao encontro das estimativas do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que dão conta existe um déficit de 90 milhões de toneladas de minério no mercado internacional, o que só deve ser estabilizado a partir de 2013.
Contudo, Galdi não acredita em elevação no preço do insumo siderúrgico no próximo trimestre. "O próximo reajuste trimestral deve manter o preço do minério de ferro nos mesmos patamares dos três meses anteriores", estima.
Diário do Comércio
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