sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Colômbia uma mina de oportunidades.

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12/08/2011

Expansão da economia do país atrai empresas brasileiras de minério, infraestrutura e bens de consumo

Num passado não muito distante, qualquer conversa sobre a Colômbia era associada ao terrorismo e narcotráfico. Pouquíssimo se sabia sobre a economia do país com o qual o Brasil divide 1,6 mil quilômetros de fronteira. Nos últimos anos, o estereótipo de uma terra de ninguém, violenta, foi substituído pela imagem de um lugar cheio de oportunidades de negócios. Empresários brasileiros descobriram que os colombianos detêm a quinta maior reserva de carvão do mundo, além de minério de ferro e petróleo. Assim, embora o intercâmbio comercial entre Brasil e Colômbia ainda seja pequeno – US$ 1,19 bilhão de exportações e US$ 640 milhões de importações no primeiro semestre –, os investimentos brasileiros diretos deram um salto substancial na última década, atraídos por uma política de incentivos ao capital estrangeiro.

De US$ 10,5 milhões investidos em 2002, a Colômbia recebeu US$ 529 milhões de empresas brasileiras em 2007. Segundo o Banco Central colombiano, o país já soma US$ 2,5 bilhões em estoque de recursos produtivos originários do Brasil. Hoje, 31 empresas atuam por lá, sendo que a grande maioria desembarcou nos últimos cinco anos. “É um país que se relaciona bem com o setor produtivo”, afirmou à DINHEIRO o presidente do Conselho de Administração do grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter. “Na América Latina é um dos que têm melhor cultura pró-negócios.”  Na Colômbia desde 2004, a Gerdau controla a Diaco, a maior siderúrgica local, e também a Cleary Holdings, que explora minas de carvão e exporta combustível para o Brasil. Além da Gerdau, estão na Colômbia grandes companhias, como Petrobras, Vale, Votorantim, Marcopolo, Queiroz Galvão e Odebrecht.

Mais recentemente, com a diminuição da violência e com a explosão dos preços internacionais das commodities, a Colômbia passou a presenciar um boom mineiro-energético, com investimentos especialmente em extração de minério, carvão e petróleo. O governo colombiano estima que o PIB do setor vai passar de US$ 5,2 bilhões neste ano para US$ 12,9 bilhões em 2020, com crescimento médio de 9,5% ao ano. O empresário Eike Batista, do grupo EBX, deixou claro que pretende participar desse crescimento. Ele chegou, no ano passado, com um ambicioso projeto de US$ 3 bilhões para extração de carvão e um projeto de logística – ferrovias e portos serão construídos pela EBX – para chegar até o porto de Pecém, no Ceará, onde o combustível será usado para abastecer uma usina termoelétrica.
 
Essa falta de infraestrutura tem se revelado uma oportunidade para as companhias brasileiras. O segmento, que demandará US$ 11 bilhões em investimentos nos próximos dez anos, já tem a Odebrecht como grande player há 18 anos. “Nunca saímos da Colômbia”, afirma Marcelo Odebrecht, presidente do grupo Odebrecht. “Diminuímos o ritmo em alguns momentos, mas agora estamos retomando os projetos.” A principal obra da empreiteira, com orçamento de US$ 1,5 bilhão, é a concessão da rodovia Ruta del Sol, ligando Bogotá à costa atlântica.

O investimento brasileiro é mais que desejado, garante o ministro do Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia, Sergio Diaz Granados. “Cada projeto novo traz avanços tecnológicas, melhores oportunidades de crescimento e gera vínculos muito mais sólidos entre os dois países”, afirma Diaz Granados. Bens de consumo brasileiros, como cosméticos, também fazem sucesso, como os produtos da Natura. Na Colômbia há quatro anos, a empresa já conta com uma rede de 30 mil consultoras vendendo as maquiagens e os cosméticos produzidos em sua fábrica de Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. “É um mercado muito bom”, afirma Guilherme Leal, copresidente da Natura. “Me arrependo de não termos entrado na Colômbia antes.”
Isto é Dinheiro

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