sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Concessão de jazida poderá ter troca de ativos

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26/08/2011

As negociações entre a Vale a Petrobras para renovação da concessão da jazida de potássio tipo carnalita, em Sergipe, poderão levar a um acordo na próxima semana. A Vale ofereceu uma compensação financeira à Petrobras para prorrogação do arrendamento dessa mina.

A Petrobras ainda não colocou suas cartas na mesa, mas informações levantadas pelo Valor indicam que a estatal vai propor à mineradora uma troca de ativos. Ou seja, a renovação da concessão em troca de uma unidade de nitrogenados da Vale no Paraná, em Araucária.

Procuradas, Vale e Petrobras nada quiseram falar sobre o assunto.

A fábrica de nitrogenados da Vale pertenceu a Fosfértil, adquirida pela mineradora em 2010 e hoje incorporada aos ativos da Vale Fertilizantes. Se a proposta da Petrobras se concretizar, terá que ser feita uma transferência de ativos da Vale Fertilizantes para a petroleira estatal.

O processo de transferência poderá atrasar a oferta pública de ações (OPA) que a Vale está preparando na BM&FBovespa para fechar o capital da empresa de fertilizantes, avaliam analistas. A OPA não será tão prejudicada porque o preço da ação da Vale Fertilizantes a ser oferecido aos minoritários já foi fixado pela Vale e está defendido das oscilações do mercado acionário.

As negociações entre Petrobras e Vale para a prorrogação da concessão da jazida de carnalita de Sergipe foram reiniciadas em julho, na gestão de Murilo Ferreira. O fato ocorreu após encontro dos presidentes das duas empresas - Sérgio Gabrielli e Ferreira - com a presidente Dilma, no Planalto.

Um acordo entre elas está em linha com os interesses estratégicos das duas gigantes no setor de fertilizantes. No caso da Vale, a renovação do contrato de arrendamento dessa jazida vai abrir caminho para a implantação de um megaprojeto de fertilizantes para produzir adubos a ser implantado no Estado nordestino, avaliado em US$ 4 bilhões.

A Vale tem priorizado investir em projetos de potássio e fosfato no negócio de fertilizantes. Isso abre condições para ceder à troca de ativos, caso a Petrobras leve o assunto para discussão. A estatal tem grande interesse no nitrogênio por causa da produção de gás natural que poderá aumentar com o pré-sal. A reação química entre nitrogênio e gás natural leva a produção de amônia, um composto importante para fertilizantes. A amônia e seus derivados, como a ureia, são muito usados na agricultura como adubos, misturadas com potássio e ácido fosfórico (fosfato).
Valor Econômico

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