segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Aumento da liquidez global dará mais força para o ouro

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12/09/2011

Segundo análise do Standard Bank, metal deve continuar a ganhar terreno se a economia dos EUA se deteriorar ainda mais

Visto como um hedge contra as incertezas em outros mercados e também contra a inflação, o ouro deve continuar a ganhar terreno se a economia dos EUA se deteriorar ainda mais. Segundo uma análise do Standard Bank, no caso de uma recessão norte-americana, o metal pode ganhar até 20%, chegando ao nível de US$ 2.200 a onça-troy.

"A recente força do ouro é explicada pelo aumento na liquidez global. No caso de uma terceira rodada de afrouxamento quantitativo (QE3, na sigla em inglês) nos EUA, ou mesmo um aumento da oferta de dinheiro, o ouro deve ganhar terreno", afirma Leon Westgate, estrategista de commodities do Standard Bank.

"Normalmente, custa dinheiro estocar ouro, e ele não paga dividendos. Mas no cenário atual, com o dinheiro tão barato e os receios com o que vai acontecer nos EUA e na Europa, eu acho que o ouro deve permanecer firme", explica. Nesta sexta-feira, o contrato para dezembro na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), fechou a US$ 1.859,50 a onça-troy.

O analista afirma que, apesar da demanda especulativa, a demanda física por ouro também tem aumentado. Mas ele explica que "leva tempo para os compradores físicos se acostumarem com os preços altos" e que isso pode ser uma barreira para os fabricantes de joias, por exemplo. Em 2010, a demanda das joalherias respondeu por quase 50% do consumo global de ouro. Segundo Westgate, a demanda dos exchange traded funds (ETF) também está subindo. "Essa é uma demanda física, apesar de ser guiada financeiramente".

Para o estrategista do Standard Bank, o fato de a Chicago Mercantile Exchange (CME), controladora da Nymex, ter elevado as exigências de margens para negociações com uma série de produtos de ouro, em meados do mês passado, deve ter um impacto limitado nos preços, diferentemente do que aconteceu com a prata. "O comportamento do ouro é mais sólido, a prata é mais suscetível a bolhas", comenta.

Em relação à nacionalização da indústria de ouro na Venezuela, Westgate afirma que é difícil prever o que vai acontecer. "É preciso olhar para a história. Observando o Reino Unido, quando eles nacionalizaram a indústria de carvão mineral (em 1946), e a Zâmbia, quando eles nacionalizaram a indústria de cobre (em 1969), a nacionalização não é necessariamente boa para a produção no longo prazo", diz.

Ele lembra que a mineração exige muitos investimentos e gastos com infraestrutura. Um exemplo bem sucedido de nacionalização, segundo o analista, é o Chile, onde o Estado começou a assumir as operações de grandes mineradoras estrangeiras na década de 1950. Na época, a medida teve forte repercussão, causando um boicote internacional ao país. Mas hoje em dia, a estatal Codelco é a maior mineradora de cobre do mundo.
O Estado de São Paulo

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