segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Petrobras possui 80 títulos minerários que não deverá usar

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19/09/2011

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras possui 80 títulos minerários em atividade, entre os quais o direito de exploração de potássio no Sergipe arrendado à Vale, de acordo com levantamento realizado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) a partir de sua base dados.

Além de potássio, a petroleira detém licenças para explorar calcário, cascalho, areia, bromo, cloreto de sódio, entre outros minerais fora de sua área de atuação que foram encontrados enquanto procurava petróleo.

Pelo menos metade das licenças referem-se à exploração de potássio na Amazônia, onde a estatal realizou ao longo de décadas intensos estudos geológicos para achar óleo.

As reservas brasileiras de potássio na Amazônia, muitas delas nas mãos da estatal, têm merecido atenção do governo federal, preocupado com o abastecimento de fertilizantes no País. O governo gostaria de elevar a produção de potássio.

O Brasil importa mais da metade de suas necessidades do produto, e a dependência tende a aumentar juntamente com a tendência de elevação da produção agrícola, para atender demandas maiores dos mercados interno e externo.

De acordo com o útimo relatório do DNPM sobre reservas minerais, a exaustão da mina de Taquari-Vassouras está prevista para entre 2016 e 2017. É a única mina que produz potássio no Brasil, com producão anual de cerca de 700 mil toneladas.

A Vale aguarda acordo com a Petrobras para um novo projeto na região, pelo qual espera triplicar a produção de potássio. As reservas de potássio neste novo projeto podem chegar a 2,5 bilhões de toneladas, segundo o DNPM.

"Estes direitos minerários não têm valor para nós, não somos mineradores, vamos passar isso para a Vale, estamos em negociação, como todos sabem", afirmou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, ao ser indagado sobre a licença no Sergipe.

O cadastro mineiro do DNPM também informava na útima quarta-feira um total de 116 títulos minerários inativos da estatal. São licenças que passaram da estatal para a União novamente. Os números no cadastro mineiro mudam frequentemente.

Quando um processo se torna inativo pode ser porque a empresa desistiu da área ou porque não cumpriu as exigências feitas pelo órgão regulador, tal como a realização de pesquisas ou o pagamento de taxas, entre outros motivos.

"A Petrobras tem mais é que passar isso adiante; não faz parte do seu core business", avalia o especialista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

A Petrobras pretende atuar somente com nitrogênio entre os principais ingredientes de fertilizantes, já que para a produção desse insumo é necessário utilizar grande quantidade de gás natural.
Reuters

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