segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pesquisas avançam no estado

www.simineral.org.br

12/09/2011

Grandes empresas como a Vale, Galvani Participações e Investimento S/A, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), pequenas mineradoras e uma série de pessoas físicas estão investindo na pesquisa de minerais estratégicos em Minas. O Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) informou que há em curso no estado 1.543 autorizações de pesquisas somente para um grupo que reúne cinco substâncias de uso industrial e na produção de fertilizantes: apatita, columbita, fosfato, tantalita e zircão.

Os direitos de pesquisa estão distribuídos por diversas regiões de Minas, com destaque para a Central, Triângulo, Alto Paranaíba e o Norte do estado. A falta de conhecimento geológico aprofundado no Brasil consiste numa grande desvantagem para o país explorar esses minerais, avalia Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). “A demanda por metais que entram nesse conceito de política estratégica cresceu brutalmente com as inovações tecnológicas e a tendência é continuar assim, à medida que a tecnologia se sofistica”, afirma.

Ribeiro Tunes diz que a alternativa de o setor público se associar às empresas, como admite o governo mineiro, pode ser uma linha interessante de atuação. Outro grande incentivo, de acordo com o diretor do Ibram, deveria ser o apoio ao desenvolvimento ou importação de tecnologia para a exploração de minerais que contêm terras-raras, por exemplo. Nesse segmento, é necessário que as empresas tenham condições de desenvolver técnicas de extração e separação dos elementos, tendo em vista que esses metais podem ser obtidos de mais de um tipo de mineral, como monazita e cassiterita.

O tema mereceu destaque na programação do 14º Congresso Brasileiro de Mineração e Exposição Internacional de Mineração (Exposibram) 2011, programado para 26 a 29 no centro de convenções Expominas, em Belo Horizonte. O diretor de inovação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), Fernando Landgraf, vai falar sobre a cadeia produtiva das terras-raras. Em recente entrevista, ele observou que Minas Gerais, Goiás e o Amazonas têm o maior potencial para exploração.

O Brasil chegou a manter unidades de produção na década de 90, mas que foram paralisadas em decorrência dos preços baixos pagos pelas terras-raras. Neste ano, o governo brasileiro voltou a tocar no assunto e informou estar negociando acordo de cooperação técnica com a Alemanha. A produção de ímãs de terras-raras seria um projeto piloto dessa parceria. O novo presidente da Vale, Murilo Ferreira, tem dito que a companhia considera esse mercado estratégico e deve ingressar na exploração de terras-raras. (MV)
 
Saiba mais
Plano de mineração

O Plano Nacional de Mineração 2030 estima investimentos ao redor de US$ 350 bilhões no período, incluindo recursos para a pesquisa mineral, descoberta de jazidas ou expansão da produção, além de empreendimentos de transformação desses insumos nos segmentos das indústrias metalúrgica e de minerais não metálicos (usados, basicamente, na construção civil). A maior parte do dinheiro terá o setor privado como origem. É a primeira vez que o Estado define um programa de mineração com horizonte de 20 anos, que traça diretrizes ao segmento e deve orientar as discussões do novo março legal que o governo mandará ao Congresso Nacional. A legislação proporá aumento dos royalties pagos pelas mineradoras pela exploração mineral e vai transformar o DNPM numa agência reguladora. A mineração faturou US$ 150 bilhões no Brasil ano passado e respondeu por 25% das exportações. 
O Estado de Minas

Nenhum comentário:

Postar um comentário