terça-feira, 13 de setembro de 2011

Setor prevê expansão de 10% em 2011

www.simineral.org.br

13/09/2011

São Paulo - O aumento da demanda de cobre pela China, que atualmente gira em torno de 34% da produção mundial, impulsionou o setor ao redor do mundo. Mesmo com a desvalorização do dólar, as empresas brasileiras deverão apresentar desempenho 10% superior ao do ano passado. Com isso, a expectativa é de que o faturamento supere - com a exportação - os US$ 2,3 bilhões de 2010.

"Temos contado com uma demanda positiva", afirma Sérgio Aredes, presidente do Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo (Sindicel). Além do faturamento, o volume de produção também deve apresentar crescimento superior a 10% em comparação ao de 2010. O bom desempenho do setor se deve aos segmentos automotivo, de construção civil e telecomunicações.

Um estudo feito pela entidade mostra que 63% dos empresários do setor registraram crescimento de seus negócios de abril a junho se comparados ao primeiro trimestre do ano. Dessa fatia, 25% obtiveram expansão superior a 25%; já 38% contaram com um incremento de até 10%.

Esse aumento da demanda acabou impactando o uso da capacidade instalada do setor, que está a todo vapor. Metade dos fabricantes de fios, cabos e semimanufaturados do metal e suas ligas utilizou mais de 80% do parque fabril no segundo trimestre de 2011. Nenhuma das empresas do segmento registrou utilização da capacidade inferior a 60%.

Essa expectativa positiva para o setor levou o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), a estimar que a demanda por cobre para a produção de fios e cabos deve crescer 39% até 2016, no Brasil. A previsão é de que sejam produzidas até 295 mil toneladas do metal, por ano, até o final do período. O ritmo deve ser impulsionado pela construção civil, que responde por 40% do consumo interno. Eventos como a Copa do Mundo, as Olimpíadas e o programa "Minha Casa, Minha Vida" deverão ajudar a aquecer o setor.

No entanto, mesmo com o bom desempenho do mercado interno, o Brasil ainda é o 15º produtor mundial de minério de cobre. Segundo o Ibram, o Brasil deve alcançar a autossuficiência neste metal até 2013. Até o ano seguinte, espera-se que a produção interna atinja 475 mil toneladas.

Para efeitos de comparação, um vizinho latino-americano, o Chile, é o maior produtor do mineral no mundo e responde por 34% da produção mundial. No acumulado de janeiro a julho de 2011, porém, houve variação negativa de 4,21% em sua produção em relação à do mesmo período de 2010, caindo de 3,08 milhões de toneladas para 2,95 milhões de toneladas. A China é o maior consumidor do mundo, responsável pela compra de sete milhões de toneladas anuais.

Cai o roubo de cobre

Os prejuízos relativos a roubo e furto de fios, cabos e produtos semimanufaturados de cobre diminuíram 11,8% em julho deste ano em relação aos do mês anterior. De acordo com levantamento do Sindicel, as 13,4 toneladas desviadas em julho causaram um prejuízo de R$ 248,3 mil para o setor. Em junho, a perda contabilizada foi de R$ 277,7 mil.

"Se considerarmos os roubos de carga e principalmente os furtos das redes de energia e de telecomunicações, a perda contabilizada chega a mais de 1% da produção", afirma o presidente da entidade. O metal é amplamente visado por seu alto valor (cerca de R$ 15 por quilo), pela dificuldade de identificação e pela alta capacidade de reciclagem.

O estudo do Sindicel aponta que no acumulado do ano a queda dos roubos foi ainda mais significativa. Entre janeiro e julho, foram roubadas 168,3 toneladas de materiais de cobre, ante 242,9 toneladas desviadas em igual período de 2010. Até o mês de julho deste ano, o prejuízo advindo de roubos foi de R$ 3,12 milhões, valor 30,4% menor que o do mesmo período de 2010.

Para Aredes, esse tipo de crime causa grandes impactos financeiros para a indústria e ocasiona a interrupção dos serviços de fornecimento de energia elétrica e comunicações. De 2006 a 2009, em razão do crescente número de ocorrências de roubo na indústria, o setor afirma ter investido US$ 10 milhões em segurança. Hoje, afirma Aredes, o aporte é bem menor, somente para a manutenção das redes de segurança. O empresário garante, porém, que os investimentos para o crescimento no setor não sofrem queda devido aos prejuízos causados por furtos de cobre. "A indústria define sua expansão segundo a perspectiva de crescimento do País", finalizou.
DCI

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