sexta-feira, 8 de abril de 2011

Matéria-prima do lucro.

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07/04/2011

Depois de atrair os investidores mais conservados para os fundos de capital protegido atrelados ao Índice Bovespa, as gestoras brasileiras estão apostando agora na oferta de carteiras ligadas a commodities como ouro, petróleo e metais. A ideia é aproveitar a forte alta desses produtos. Só neste ano, até ontem, o petróleo WTI subiu 18,72% e o ouro, 3,83%, em Nova York. O índice CRB, que reúne várias commodities, subiu 9,21% no ano.

O Barclays Capital estima que, só neste ano, considerando as aplicações em contratos de swap (troca de resultados financeiros), o total de recursos captados para esses ativos já somaria cerca de R$ 500 milhões. "Com a rolagem de alguns fundos de capital protegido que estão vencendo este ano, esse volume deve alcançar cerca de R$ 1 bilhão em 2011", afirma Nelson Alves, diretor de investimentos estruturados para a América Latina do Barclays.

A BB DTVM lançou nesta semana um fundo de capital protegido atrelado ao desempenho de uma cesta de commodities composta por metais básicos, preciosos, contratos agrícolas e ligados à energia, como o petróleo. "Optamos por não concentrar a alocação em um único ativo e oferecer diversificação de risco", afirma Jorge Ricca, gerente executivo de fundos de renda variável da gestora. O período de captação vai até 12 de abril e o investidor só poderá resgatar no vencimento, após dois anos.

A gestora já tem outros três fundos multimercados que garantem a preservação do capital atrelados a commodities, sendo um em contratos de swap de petróleo, outro ao ouro e um terceiro que acompanha uma cesta composta por quatro commodities agrícolas: soja, trigo, açúcar e milho. Esses dois últimos estão vencendo agora em abril. Já carteira de petróleo termina em outubro. Esses fundos são apenas para investidores qualificados, com mais de R$ 300 mil.

Por enquanto, a maioria dos lançamentos, contudo, se concentra em ouro. O Santander tem um multimercado capital protegido que acompanha a variação do metal, aberto para o varejo até o fim do mês. No início do ano, o banco já tinha lançado para o private bank um fundo de ouro atrelado ao Índice Gold London PM Fixing, que captou R$ 51 milhões.

O novo fundo terá aplicação de R$ 5 mil e duração de 18 meses. A estratégia é baseada em operações estruturadas e trabalha com três possibilidades de retorno. Em um cenário de alta do ouro, o investidor pode ganhar até 40% no período. Mas se a variação do metal ultrapassar essa barreira, receberá apenas uma taxa prefixada, de 110% do CDI.

No caso de queda de preços, até 20%, o cotista recebe essa variação como retorno positivo. Mas, se o ouro cair mais de 20%, o fundo devolve o valor investido. "O ouro é interessante porque serve de reserva de valor, principalmente em cenário de incerteza como o atual", diz Aquiles Mosca, estrategista de investimentos pessoais da Santander Asset Management.

O lançamento de fundos atrelado ao ouro, destaca Mosca, amplia o acesso das pessoas físicas a esse mercado. "O preço mínimo do contrato de ouro na BM&FBovespa é muito superior à aplicação mínima do fundo." O ouro à vista negociado na Bolsa de Londres subiu 29,80% em 2010. "As aplicações em ouro se aceleraram após a crise de 2008, com a recuperação da economia americana e da Europa, e a desvalorização do dólar frente às principais moedas mundiais", afirma Bruno Morier, gestor de fundos estruturados do Itaú.

O banco lançou em março o Capital Protegido Invest Ouro, voltado para investidores qualificados, referenciado no índice que segue a cotação do metal na Bolsa de Londres. Nesse caso, a barreira de alta é de 45% e a de baixa, de 25%.
Valor Econômico

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