segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Minério de ferro ainda caro deve garantir novo lucro recorde para Vale.

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01/08/2011

A notícia dada em conferência telefônica pela Vale de que os elevados preços do minério de ferro no segundo trimestre devem permanecer estáveis no terceiro deixou animados gestores e analistas que acompanham a mineradora.

Eduardo Roche, chefe de análise do Modal Asset, já trabalha com a expectativa de um resultado melhor para a Vale no período de julho a setembro, depois do lucro recorde registrado no segundo trimestre deste ano.

Mesmo com as incertezas do cenário internacional, Roche acredita que o mercado de minério tende a continuar apertado e a China vai permanecer como o motor das vendas da Vale.

Segundo Roche, a geração operacional de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) deste trimestre que já começou pode superar os R$ 14, 8 bilhões alcançados no anterior. Isso porque, no mix de exportação da companhia, deve haver mais minério de Carajás (PA), que tem maior teor de ferro (66%), e portanto é mais caro que o de Minas Gerais. No segundo trimestre, as chuvas no Norte do país reduziram os embarques do minério de Carajás, o que resultou numa média de preços menor.

O chefe de análise do Modal Asset acredita que o preço do minério no terceiro trimestre pode superar os US$ 145,30 atingidos no segundo. "Os analistas previam um preço entre US$ 152 e US$ 154 a tonelada, mas isso não aconteceu." O fato acabou impactando negativamente o Ebitda e a margem Ebitda no balanço divulgado na quinta-feira. Apesar da margem Ebitda ter vindo muito forte (59%), ela ficou aquém das expectativas e frustrou o mercado, que previa algo como 62%. "Isso se refletiu na ação preferencial da Vale", disse Roche. Na sexta-feira, o papel teve queda de 1,43%, sendo cotado a R$ 45,61.

Em relatório, a corretora Ágora ressaltou o bom desempenho operacional da Vale no segundo trimestre, mas considerou como fator negativo o pagamento (na sexta-feira) de R$ 5,8 bilhões referente ao processo judicial sobre a inclusão de receitas de exportação na base de cálculo para incidência da contribuição social sobre o lucro líquido. O montante não influiu no lucro líquido do segundo trimestre, pois estava provisionado.

Roche calcula, porém, que esse valor vai incidir sobre a geração operacional de caixa do terceiro trimestre, bem como os R$ 2 bilhões anunciados para a oferta pública de aquisição da Vale Fertilizantes e mais os US$ 3 bilhões anunciados como remuneração extra aos acionistas. "A alavancagem pode aumentar um pouco sobre o Ebitda, mas a geração de caixa será maior, garantindo um melhor resultado. A Vale tem estrutura de capital confortável para absorver essas novas despesas."

Os analistas da Concórdia Corretora avaliaram o balanço da Vale como muito positivo. E destacaram o fato de que o bom resultado foi impulsionado pela ótima performance de minerais ferrosos, que levou a Vale a registrar a maior margem Ebit (71,4%) de sua história.
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